terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A quantidade de células adiposas no corpo é definida até os 20 anos

2006_07_07_gordos.jpg image by ovelhaperdida
Até aproximadamente 20 anos, uma criança ou adolescente pode modificar a quantidade de células adiposas (que armazenam gordura) do corpo. Por isso, é importantíssimo atravessar a adolescência com um peso bom, porque depois dos 20 anos, a quantidade de células adiposas não se modifica mais. O que ocorre é que pode haver maior acúmulo de gordura ou utilização da gordura da célula, o que ocasiona aumento do tamanho da célula adiposa ou diminuição do seu tamanho, mas elas estarão sempre lá, na mesma quantidade, independente de dieta e exercícios. Este é o motivo pelo qual 75% das crianças obesas serão adultos obesos. É extremamente importante cuidar da saúde da criança e controlar seu peso. Depois, pode ser tarde demais. Uma criança e adolescente obesos nunca serão adultos magros. Poderão murchar suas células adiposas com dieta e exercícios físicos após os 20 anos. Emagrecerão, mas não o suficiente para ser magro.
A puberdade é o período mais propício para a proliferação das células adiposas. Como os jovens nessa fase tendem a comer mais, eles apresentam uma quantidade maior de gordura circulante – o que serve de combustível para a formação de adipócitos. As células adiposas são fundamentais para o desenvolvimento do organismo. Elas estimulam a produção do hormônio responsável por desencadear o processo da puberdade. No entanto, quanto maior o número de células adiposas adquiridas nessa fase, mais árdua será a luta contra a balança no futuro. Depois dos 20 anos, o excesso alimentar faz com que as células adiposas aumentem de volume. Isso se traduz em barrigas salientes e coxas roliças. A descoberta de que 10% dos adipócitos se renovam a cada ano, e de que os novos são mais vorazes do que os antigos, torna esse cenário ainda mais sombrio. "Uma célula jovem, não importa a sua função, é sempre mais eficaz. Como a principal atribuição de uma célula adiposa é acumular gordura, ela o fará com maestria", diz o endocrinologista Alfredo Halpern, pesquisador da Universidade de São Paulo.